O termo “parkinsonismo” é usado para descrever um grupo de sintomas como bradicinesia (movimentos curtos e lentos), tremores, rigidez muscular e instabilidade postural (desequilíbrio), que podem ser causados pela Doença de Parkinson e também por outras patologias. A Fisioterapia Especializada em Parkinsonismo Atípico desempenha papel fundamental no tratamento. Saiba mais no artigo!

Parkinsonismo: Causas e Classificação

Saiba mais sobre parkinsonismo:

Diferentes tipos de Parkinsonismo

O parkinsonismo engloba uma variedade de sintomas neurológicos. Entre as causas de parkinsonismo, incluem-se:

Doença de Parkinson: A forma mais prevalente de parkinsonismo, de causa desconhecida (também chamada de Doença de Parkinson idiopática ou parkinsonismo primário) e progressão lenta.

Parkinsonismo Atípico: Inclui distúrbios como a Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS), a Degeneração Corticobasal (DCB), Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP) e Demência por Corpos de Lewy (DCL), com características motoras e não motoras mais graves e progressão mais rápida quando comparados à Doença de Parkinson.

Formas de Parkinsonismo Atípico

Os diferentes tipos de parkinsonismo atípico têm origem em distúrbios neurodegenerativos, nos quais as células nervosas se deterioram ao longo do tempo. Condições como a Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS), Degeneração Corticobasal (DCB), Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP) e Demência por Corpos de Lewy (DCL) são exemplos de distúrbios neurodegenerativos que podem levar a sintomas de parkinsonismo. Saiba mais sobre esses quadros:

Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS)

A Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS) é uma condição neurológica rara e progressiva que afeta o sistema nervoso autônomo, que controla funções do corpo como pressão arterial, frequência cardíaca, digestão e controle da bexiga.

Mecanismo similar ao que ocorre na Doença de Parkinson, a AMS está associada à produção anormal da proteína “alfa-sinucleína” no cérebro, que vai se acumulando e prejudicando o funcionamento normal das células. Assim, a AMS é considerada uma sinucleinopatia. Os pesquisadores ainda não descobriram o que leva os neurônios começarem a produzir a proteína “alfa-sinucleína” de forma anormal, nem como parar a sua produção.

A principal característica da AMS é a degeneração de áreas específicas do cérebro, como núcleos da base, o cerebelo, tronco encefálico e outras estruturas, levando a sintomas que podem ser muito incapacitantes. Clinicamente, dois tipos de AMS são descritos. A AMS forma parkinsoniana, em que predominam os sintomas parkinsonianos, e a AMS forma cerebelar, na qual predominam os sinais cerebelares.

A depender do tipo, os sintomas comuns da AMS podem incluir:

  • Disfunção Autonômica: Isso pode se manifestar como instabilidade na pressão arterial (geralmente causando tontura quando o paciente está deitado ou sentado e levanta-se rapidamente), alterações nos batimentos cardíacos, problemas de controle da bexiga e intestino, entre outros.
  • Disfunção do Movimento: Pode ocorrer rigidez muscular, lentidão dos movimentos, alterações do equilíbrio e na postura, aumentando a chance de quedas.
  • Problemas de Coordenação e Marcha: Dificuldade em coordenar movimentos e alterações na marcha, como desequilíbrio e andar com os pés mais afastados.
  • Problemas de Fala e Engolir: Dificuldade em falar claramente e em engolir alimentos de forma eficaz.
  • Outros Sintomas: Pode haver uma ampla gama de sintomas adicionais, incluindo problemas de visão, distúrbios do sono e dificuldades respiratórias.

É importante destacar que os sintomas variam de indivíduo para indivíduo, assim como a gravidade dos mesmos. Infelizmente, assim como os outros parkinsonismos atípicos, a AMS é uma doença progressiva e até o momento não tem cura. No entanto, existem tratamentos que visam melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida dos pacientes e familiares, como uso de medicações, realização de fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, dentre outros.

Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP)

A Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP) é uma doença neurodegenerativa rara e progressiva que afeta o cérebro, resultando em uma série de sintomas motores e cognitivos. Ela é causada por uma acumulação anormal de proteínas “tau” em certas áreas do cérebro, interferindo nas funções celulares normais.

Assim, a PSP é considerada uma taupatia e também ainda não foi descoberto o que leva os neurônios começarem a produzir a proteína “tau” de forma anormal, nem como parar a sua produção.

Diferentes formas de apresentação clínica podem acontecer e sintomas comuns da PSP incluem:

  • Dificuldade no equilíbrio e para andar: Pessoas com PSP frequentemente experimentam dificuldades no equilíbrio e na marcha, levando a quedas frequentes. O congelamento da marcha pode ocorrer em alguns casos.
  • Lentidão dos movimentos: A redução na velocidade dos movimentos é um sintoma proeminente e prejudica a realização das atividades do dia a dia.
  • Problemas de Postura: Pessoas com PSP muitas vezes têm uma postura anormal, com a cabeça inclinada para trás.
  • Dificuldade na Fala e Deglutição: Dificuldades na fala clara e na deglutição podem ocorrer à medida que a doença progride.
  • Problemas de Visão: A PSP pode afetar o controle dos músculos dos olhos, resultando em dificuldade em mover os olhos voluntariamente, principalmente para baixo. Também pode ocorrer dificuldade para abrir os olhos.
  • Mudanças Comportamentais e Cognitivas: Embora a PSP seja principalmente uma doença que afeta os movimentos, ela também pode estar associada a alterações no comportamento e na cognição, como dificuldade de concentração, problemas de memória, apatia e desinibição.
  • Mudança da Expressão Facial: Pode haver elevação das sobrancelhas e a testa ficar franzida, semelhante a uma expressão facial preocupada.

A progressão da PSP varia de pessoa para pessoa e, similar ao que ocorre em outros parkinsonismos atípicos, ainda não tem tratamento curativo. Porém, a melhora dos sintomas e da qualidade de vida pode ser conquistada através de uma abordagem multidisciplinar, incluindo neurologista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, dentre outros profissionais.

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Degeneração Corticobasal (DCB)

A Degeneração Corticobasal (DCB), também conhecida como Síndrome Corticobasal, é uma condição neurodegenerativa rara e progressiva que afeta principalmente o córtex cerebral (a camada mais externa do cérebro) e as estruturas subcorticais, incluindo os núcleos da base.

A causa exata da DCB não é completamente compreendida, mas também está associada a uma acumulação anormal da proteína “tau” no cérebro, sendo considerada uma taupatia, assim como a PSP. Essa acumulação leva à perda progressiva das células nervosas e à disfunção cerebral.

Os sintomas da DCB podem ser variados e incluem:

  • Problemas Motores: Incluem lentidão dos movimentos e rigidez muscular, além de desequilíbrio e dificuldade para caminhar, com risco de queda.
  • Dificuldades no movimento: Dificuldade em realizar movimentos comuns com os braços ou com as pernas, como pentear os cabelos.
  • Dificuldade na Fala e na Linguagem: A DCB pode afetar a capacidade de falar claramente e de se expressar, havendo dificuldade em encontrar as palavras certas.
  • Dificuldades Cognitivas: Além da alteração na linguagem, algumas pessoas com DCB podem apresentar problemas de memória, atenção e de orientação no espaço.
  • Alterações no Comportamento e na Personalidade: A DCB pode levar a mudanças no comportamento e na personalidade, como apatia e irritabilidade.
  • Problemas de Sensibilidade: Pode ocorrer redução da sensibilidade em um lado do corpo ou dificuldade em identificar objetos pelo toque.
  • Problemas de Percepção: Alguns indivíduos podem experimentar alterações na percepção sensorial em uma das mãos, parecendo que ela se movimenta por conta própria, sem o paciente perceber.

Semelhante ao que ocorre nos demais tipos de parkinsonismo atípico, ainda não existe cura para a DCB e tanto os seus sintomas como a sua progressão variam de pessoa para pessoa. O tratamento se concentra principalmente em gerenciar os sintomas para melhorar a qualidade de vida. Isso pode envolver medicamentos para controlar sintomas específicos, reabilitação para melhorar a mobilidade e a função, e apoio emocional e psicológico para o paciente e seus familiares e cuidadores.

Demência por Corpos de Lewy (DCL)

A Demência por Corpos de Lewy (DCL) também é uma condição neurodegenerativa progressiva, sendo a segunda maior causa de demência degenerativa em idosos após a Doença de Alzheimer.

De maneira similar ao que acontece na AMS, a DCL está associada à produção anormal da proteína “alfa-sinucleína” no cérebro, que vai se acumulando e causando um funcionamento anormal das células. Assim, a DCL é considerada uma sinucleinopatia e ainda não se sabe o que leva os neurônios começarem a produzir a proteína “alfa-sinucleína” de forma anormal, nem como parar a sua produção.

Diversos sintomas podem fazer parte do quadro e incluem:

  • Alterações cognitivas, como problemas no planejamento, na atenção, no julgamento, na linguagem e na memória.
  • Alucinações visuais complexas, com pessoas ou animais.
  • Flutuações no estado de atenção e alerta ao longo do dia.
  • Distúrbios do sono, a exemplo de sonolência excessiva durante o dia e transtorno comportamental do sono REM.
  • Alterações do comportamento e do humor, como apatia, depressão, ansiedade, agitação e irritabilidade.
  • Alterações motoras, como lentidão para realizar atividades cotidianas e rigidez muscular.
  • Problemas na postura e no equilíbrio, podendo favorecer a ocorrência de quedas.
  • Disfunção autonômica, que pode se manifestar como instabilidade na pressão arterial, incontinência urinária, constipação, entre outros.

Assim como ocorre nos demais parkinsonismos atípicos, infelizmente ainda não existe cura para a DCL. A progressão e os sintomas variam de pessoa para pessoa, sendo a abordagem multidisciplinar uma importante aliada para melhorar a qualidade de vida.

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Avaliação e Diagnóstico Fisioterapêutico

A avaliação fisioterapêutica é fundamental para compreender a condição do paciente e suas necessidades. Testes são realizados para identificar o impacto dos sintomas na mobilidade e funcionalidade, dificuldades e limitações específicas.

A avaliação detalhada ajuda a reconhecer as características que diferenciam os parkinsonismos atípicos. A observação cuidadosa dos movimentos, desempenho funcional e outros sinais específicos ajudam a determinar os fatores que estão contribuindo para o comprometimento funcional.

Com base na avaliação, o fisioterapeuta colabora com o paciente para estabelecer metas terapêuticas específicas e realistas. Essas metas podem incluir melhorar a mobilidade e o equilíbrio, aumentar a independência funcional, reduzir a rigidez muscular ou abordar outras dificuldades identificadas.

Abordagens Terapêuticas Específicas

O Parkinsonismo é um termo amplo que engloba um conjunto de sintomas e pode ser causado pela doença de Parkinson e diferentes tipos de parkinsonismo atípico. Na FISIOTERAPIA ESPECIALIZADA EM PARKINSONISMO ATÍPICO, as intervenções terapêuticas podem ser similares às utilizadas nos casos de doença de Parkinson. No entanto, a forma como os exercícios e as técnicas são realizados pode ser diferente, pois, apesar de ambas as condições estarem inclusas dentro de uma mesma classe ampla de sintomas, as características funcionais são muito diferentes. De todo modo, a fisioterapia neurofuncional contribui muito para retardar a progressão das dificuldades para realizar tarefas do dia a dia e promover a melhora funcional dentro dos limites possíveis.

A importância da Fisioterapia Especializada em Parkinsonismo Atípico no manejo dos sintomas

A “fisioterapia especializada em parkinsonismo atípico” desempenha um papel fundamental no manejo dos sintomas do parkinsonismo, independentemente de sua causa subjacente. Os sintomas motores, como lentidão dos movimentos, rigidez e dificuldade para caminhar, podem ser abordados por meio de exercícios específicos, técnicas de mobilização e treinamento de marcha. Além disso, a fisioterapia também pode ajudar na melhoria da coordenação e no equilíbrio, reduzindo o risco de quedas.

O papel do fisioterapeuta especializado no cuidado de pessoas com Parkinsonismo Atípico

Um fisioterapeuta especializado é essencial para o cuidado abrangente de pessoas com parkinsonismo atípico. Eles avaliam as necessidades individuais do paciente, identificam os sintomas predominantes e seus impactos nas atividades funcionais e adaptam o plano de tratamento de acordo. O fisioterapeuta também pode trabalhar em conjunto com outros profissionais de saúde para garantir uma abordagem multidisciplinar, abordando todos os aspectos da condição do paciente.

Intervenção Precoce e Progresso no Tratamento

A intervenção precoce na fisioterapia é crucial para pessoas com parkinsonismo atípico.

A importância de iniciar a fisioterapia o mais cedo possível no Parkinsonismo Atípico

Começar o tratamento logo no início dos sintomas pode ajudar a retardar a progressão das limitações para realizar atividades diárias, minimizar as deficiências nas funções motoras e melhorar a qualidade de vida. A fisioterapia também pode contribuir para a prevenção de complicações secundárias, como quedas e problemas respiratórios.

Acompanhamento regular e reavaliação para adaptar o tratamento conforme a evolução do quadro

O parkinsonismo atípico é uma condição progressiva, e as necessidades do paciente podem mudar ao longo do tempo. O acompanhamento regular com o fisioterapeuta e a reavaliação periódica são essenciais para monitorar o progresso, ajustar as intervenções e garantir que o tratamento continue gerando resultados. O tratamento de uma pessoa com parkinsonismo atípico é mais eficaz quando uma equipe multidisciplinar colabora e quando há cuidados integrados.

A Importância da Adesão ao Tratamento

A adesão ativa do paciente ao tratamento é fundamental para alcançar resultados positivos. Os fisioterapeutas desempenham um papel crucial ao motivar e educar os pacientes sobre a importância de seguir as orientações terapêuticas em casa. Isso envolve explicar como os exercícios e as técnicas contribuem para melhorar os sintomas e a qualidade de vida.

Perguntas Frequentes sobre Fisioterapia Especializada em Parkinsonismo Atípico

Perguntas Frequentes sobre Fisioterapia Especializada em Parkinsonismo

A fisioterapia pode contribuir para retardar o surgimento e a progressão de dificuldades para realizar atividades cotidianas devido ao Parkinsonismo, especialmente quando iniciada precocemente. O tratamento focado em exercícios e técnicas específicas pode preservar a função motora e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Os principais benefícios incluem a melhoria da função motora, aumento da mobilidade, melhora do equilíbrio, redução do risco de quedas, aumento da independência nas atividades diárias e melhoria da qualidade de vida geral.

Sim, a fisioterapia pode ser eficaz mesmo em casos avançados de Parkinsonismo. Embora os resultados possam variar, a fisioterapia pode ajudar a manter ou melhorar a função motora, reduzir o desconforto e a rigidez muscular, e auxiliar na realização das atividades diárias.

Os riscos associados à fisioterapia são geralmente baixos. No entanto, é importante que os exercícios sejam supervisionados e adaptados às necessidades individuais para evitar lesões. Alguns cuidados são necessários em casos específicos, a exemplo de pessoas que apresentam alteração da pressão arterial ao mudar de posição.

Sim, a abordagem é individualizada e adaptada às necessidades específicas de cada paciente, considerando o tipo de Parkinsonismo, os sintomas predominantes e suas repercussões funcionais, o estágio da doença e outras condições de saúde.

Além dos sintomas motores, a fisioterapia também pode auxiliar nos sintomas não motores, como problemas de equilíbrio, fadiga, distúrbios do sono e depressão. A melhoria da função motora pode ter impacto positivo em diversos aspectos da vida do paciente.

A duração do tratamento pode variar de acordo com a progressão da doença e a resposta individual do paciente. Em muitos casos, a fisioterapia é um processo contínuo que pode ser ajustado conforme a evolução dos sintomas. O envolvimento do paciente, familiares e cuidadores em programas de exercícios domiciliares é fundamental a curto e longo prazo.

Sim, a fisioterapia pode ajudar a prevenir quedas por meio do treinamento de equilíbrio, coordenação motora e fortalecimento muscular, por exemplo. Técnicas específicas visam melhorar a estabilidade e a segurança ao caminhar.

A Dra. Lorena Rosa Almeida é fisioterapeuta especializada em Parkinson e transtornos do movimento e realiza a Fisioterapia Especializada em Parkinsonismo Atípico. Entre em contato e agende uma avaliação!