Funcionalidade no dia a dia: como a fisioterapia pode ajudar pacientes com Parkinson
Postado em: 10/06/2024
Os fisioterapeutas desempenham um papel crucial no tratamento de pacientes com doença de Parkinson, ajudando a iniciar ou ajustar um programa de exercícios para controlar os sintomas, preservar ou recuperar a funcionalidade e retardar a progressão das limitações de atividades. Esses profissionais adaptam o tratamento conforme os sinais e sintomas mudam ou se intensificam, impactando de forma diferente as atividades diárias. Descubra como a fisioterapia especializada pode beneficiar pacientes com Parkinson.
Primeira consulta com o fisioterapeuta
Na primeira consulta, o fisioterapeuta realiza anamnese e exame físico detalhados, aplicando uma série de testes funcionais para avaliar como o paciente se senta, levanta, caminha e se equilibra, dentre outros. A avaliação inclui observar e mensurar alterações na capacidade física, na realização de transferências, nas atividades manuais, no equilíbrio e na marcha, incluindo os episódios de congelamento (freezing), além de outros sintomas, identificando até mesmo aqueles que o paciente pode não ter notado, assim como o impacto na funcionalidade.
Com base nessa avaliação inicial, o fisioterapeuta elabora um plano de tratamento personalizado. Se houver problemas de marcha, por exemplo, serão introduzidos exercícios para aumentar o comprimento dos passos e melhorar a coordenação. Caso o paciente apresente quedas frequentes, as causas são investigadas – como distúrbios do equilíbrio e congelamento da marcha – para concentrar o tratamento nessas áreas. O plano sempre considera o paciente como um todo: seus sintomas, estilo de vida, objetivos e histórico médico.
Quando e por que consultar um fisioterapeuta
A fisioterapia é benéfica em todos os estágios da doença de Parkinson. Muitas vezes, as deficiências de movimento nas fases iniciais não são evidentes e não geram limitações para realizar atividades. Um fisioterapeuta especializado em Parkinson pode identificar essas questões precocemente e traçar um programa de tratamento direcionado para a prevenção de incapacidade. É recomendável realizar uma avaliação fisioterapêutica assim que o diagnóstico de Parkinson for feito e manter reavaliações ou sessões de rotina, a depender das demandas do paciente.
De acordo com as diretrizes americanas de exercício físico para pessoas com Parkinson, realizar exercício físico por pelo menos 2,5 horas por semana pode ajudar a retardar a progressão dos sintomas. Por isso, iniciar a fisioterapia cedo e manter uma rotina de exercícios regulares são práticas recomendadas.
Um fisioterapeuta é qualificado para planejar uma rotina de exercícios focada em superar deficiências motoras específicas. Eles fornecem também feedback direto e frequente para orientar sobre como se exercitar de maneira mais eficaz e segura, melhorando a qualidade do tratamento.
Um fisioterapeuta especializado pode oferecer:
- Educação e estratégias de autocuidado.
- Exercícios para melhorar a mobilidade e funcionalidade, resultando em melhor qualidade de vida.
- Orientações sobre o tipo, intensidade, frequência e duração dos exercícios mais adequados.
- Estratégias para manter a segurança durante a prática de exercícios.
- Assistência com atividades diárias e locomoção, como caminhar, manter o equilíbrio, adotar postura correta, superar dores e gerenciar o medo de cair.
Além disso, o fisioterapeuta especializado está sempre atento a questões específicas da doença de Parkinson que podem impactar as atividades do dia a dia, como a ocorrência de flutuação motora (redução do tempo de efeito da medicação), discinesias (movimentos involuntários secundários ao uso de levodopa), e presença de sintomas não motores, como ansiedade, depressão, fadiga, alterações do sono e cognitivas.
Quais os benefícios da fisioterapia em pessoas com Parkinson?
A fisioterapia oferece diversos benefícios para pacientes com doença de Parkinson, abordando os desafios físicos da condição de forma abrangente:
Melhoria da mobilidade e flexibilidade: através de exercícios terapêuticos e técnicas específicas ajudam a preservar e aumentar a amplitude de movimento das articulações e a flexibilidade muscular, reduzindo a rigidez e facilitando os movimentos.
Aprimoramento do equilíbrio: treinamento de equilíbrio e coordenação reduz o risco de quedas, melhorando a estabilidade ao caminhar e executar atividades.
Melhoria da marcha: técnicas específicas de fisioterapia aprimoram a marcha, minimizando padrões anormais de movimento, reduzindo o arrastar dos pés e promovendo um ritmo mais natural.
Prevenção de quedas: a fisioterapia atua em fatores de risco para quedas com exercícios de equilíbrio e orientações para modificações no ambiente domiciliar.
Independência funcional: otimizar a funcionalidade física, permitindo que os pacientes mantenham a independência em atividades diárias, como vestir-se, tomar banho e preparar refeições.
Redução da dor: técnicas de mobilização aliviam a dor, comum na doença de Parkinson.
Promoção da autoconfiança: ao melhorar a mobilidade e a capacidade de realizar tarefas, a fisioterapia aumenta a autoconfiança do paciente, impactando positivamente o bem-estar psicológico.
Estímulo à atividade física regular: incentiva a incorporação de exercícios e atividades físicas na rotina do paciente, promovendo benefícios duradouros para a saúde geral.
Tratamento integral: a abordagem individualizada abrange aspectos emocionais e funcionais do paciente, contribuindo para um tratamento completo e abrangente.
Em conjunto com outras terapias e abordagens multidisciplinares, a fisioterapia desempenha um papel fundamental no manejo do Parkinson, permitindo que os pacientes mantenham maior independência em suas atividades diárias e alcancem uma melhor qualidade de vida.
Esperamos que este conteúdo tenha sido informativo e valioso. Para saber mais sobre como a Fisioterapia Especializada em Doença de Parkinson pode ajudar no tratamento dessa condição, visite o site da Dra. Lorena Rosa Almeida.
Lorena Rosa Almeida
Fisioterapeuta Neurofuncional
CREFITO 7: 69.146-F
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