Transferências no dia a dia: Como a fisioterapia pode ajudar pessoas com Parkinson
Postado em: 17/06/2024
Gostaria de conversar com você sobre a importância da fisioterapia para quem vive com a doença de Parkinson. É aconselhável buscar a orientação de um fisioterapeuta especializado logo após o diagnóstico.
Por conta de sintomas do Parkinson, a exemplo da rigidez, lentidão para realizar os movimentos e dificuldade com equilíbrio, atividades rotineiras, como caminhar, sentar e levantar de uma cadeira e da cama, tornam-se cada vez mais desafiadoras.
Por isso, é vital que você, juntamente com seus familiares e/ou cuidadores, conheça estratégias eficazes que facilitem essas atividades diárias, promovam a funcionalidade e ajudem a preservar ou recuperar sua independência.
O que é transferência?
A transferência é a ação de mudar de um lugar para outro. Como fisioterapeuta especializada em Parkinson, trabalho com meus pacientes para aprimorar essas transferências, com o objetivo de maximizar a segurança, independência e qualidade de vida.
É essencial que você possa se mover de forma segura e com o maior nível de independência possível entre diferentes pontos em casa, como da cama para uma cadeira, da cadeira de rodas para o vaso sanitário, ou de uma cadeira para ficar em pé.
Pessoas que não conseguem realizar essas ações sem ajuda geralmente precisam de cuidados constantes. Cuidadores ou familiares podem utilizar dispositivos especiais como cintos de marcha para facilitar esses movimentos.
As técnicas utilizadas no treino de transferência focam em três fatores importantes:
- Se a pessoa tem boa mobilidade de tronco e de quadril;
- Se a pessoa consegue distribuir bem o peso do corpo para ambas as pernas;
- Se o paciente consegue se equilibrar bem.
Como facilitar as transferências
Orientações para transferências seguras e eficazes
Conheça oito pontos importantes a considerar:
- Treinamento com fisioterapeuta: o profissional analisa, ensina e acompanha a realização de técnicas seguras e exercícios eficazes para facilitar as transferências.
- Consulta sobre o tipo de transferência: avalia a condição física, grau de dependência e habilidades motoras para selecionar a técnica de transferência mais adequada para você.
- Preparação do ambiente: antes de qualquer transferência, é preciso preparar o local removendo obstáculos e ajustando as superfícies para facilitar o movimento. Certifique-se de que os materiais necessários, como cintos de transferência ou marcha, estejam à mão.
- Promoção de segurança: manter um posicionamento adequado durante a transferência é crucial para minimizar o risco de quedas e lesões.
- Comunicação clara: procure explicar cada passo do processo de transferência para que o paciente se sinta confortável e seguro. Sua colaboração ativa é fundamental para o sucesso da transferência.
- Posicionamento correto do assistente: a posição correta de quem auxilia na transferência é fundamental para garantir a segurança e eficácia do movimento. Costumo orientar os familiares e cuidadores para que saibam exatamente como ajudar.
- Comandos verbais claros: comandos simples e diretos durante a transferência garantem que todos estejam sincronizados. Isso ajudará a realizar a transferência de maneira suave e eficiente.
- Suporte adequado: determinar a melhor forma de suporte para necessidades individuais, levando em consideração a colaboração, integridade da pele e o tipo de transferência necessário.
Mobilidade na cama
Melhorar a mobilidade na cama é importante para transições, como mudar de posição de barriga para cima para de lado e, na sequência, para sentado. O início precoce de um treino de mobilidade ajuda a desenvolver padrões de movimento eficientes, aumentando a independência.
Aqui estão cinco pontos cruciais para otimizar a mobilidade na cama:
- Treinamento e aconselhamento com um fisioterapeuta: é fundamental receber treinamento de um profissional. Isso permite orientar e auxiliar o paciente nas técnicas corretas para se mover de forma segura e eficaz.
- Promoção de um correto posicionamento: um posicionamento adequado pode facilitar as mudanças de posição. É aconselhável sentar na cama para depois deitar de lado, virando para ficar de barriga para cima se esta for a posição final desejada.
- Evite puxar pelas articulações: a orientação é realizar movimentos amplos para mudar de posição. Para passar de barriga para cima para a posição de lado, por exemplo, você pode dobrar os joelhos, abrir os braços, e fazer o movimento de levar uma mão para tocar a outra enquanto vira os joelhos para o mesmo lado. Depois que estiver de lado, faça o movimento para sentar com as pernas para fora da cama.
- Não arraste o corpo na cama: uma maneira de proteger a pele e evitar lesões cutâneas.
- Incentivo à colaboração ativa: orientação e preparo do paciente para cada movimento e, se necessário, oferecer assistência. A participação ativa é importante para promover a independência.
Para realizar transferências de maneira segura e eficaz, como da cama para a cadeira, algumas técnicas são necessárias. Essas transferências, quando feitas corretamente, devem assegurar o alinhamento das articulações, uma distribuição homogênea do peso e a segurança tanto do paciente quanto de quem o auxilia.
Conclusão
Como fisioterapeuta neurofuncional, estou comprometida em garantir que cada movimento e transferência realizado contribua para a segurança, independência e qualidade de vida do paciente, mesmo diante dos desafios impostos pela doença de Parkinson.
Espero que o conteúdo tenha sido útil para você. Se você quer melhorar a forma como realiza as transferências no seu dia a dia, entre em contato! Estou aqui para ajudar no tratamento e orientar sobre adaptações para viver bem com o Parkinson.
Lorena Rosa Almeida
Fisioterapeuta Neurofuncional
CREFITO 7: 69.146-F
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